As teorias da administração e a enfermagem

Teorias da Enfermagem

A enfermagem, como qualquer atividade humana, possui um conjunto de idéias e modos de atuar que constitui o conhecimento, o saber em que se baseia sua prestação de serviços a sociedade (Souza, 1988).

Durante muitos anos, a enfermagem teve uma orientação dirigida para enfrentar circunstâncias imediatas, de modo espontâneo, intuitivo e tradicional. (Gomes, 2004) A partir daí a enfermagem passa a investir tempo e esforços consideráveis no desenvolvimento de teorias, modelos e marcos conceituais visando direcionar a prática profissional e estabelecer as bases de seu conhecimento.

As teorias servem de referencial para a análise da prática de enfermagem. As teóricas explicam, cada uma a seu modo, a prática de enfermagem, por meio de conceitos que expressam o desenvolvimento de ações por meio das quais ficam explicitadas suas visões do mundo profissional. (Gomes,2004)

DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DA ENFERMAGEM

O desenvolvimento da teoria da enfermagem proporcionou direção para a educação e a pesquisa.
A introdução das teorias da enfermagem historicamente teve seu inicio com Florence Nightingale(1860), que em Notas para a enfermagem ela foi a pioneira a discutir um referencial para as práticas de enfermagem.

Florence conceituou o papel da enfermagem como a manipuladora do ambiente para facilitar, encorajar o processo de recuperação, proporcionando ventilação, calor, luz, alimentação, limpeza e controle de ruídos.

Seu referencial para a enfermagem pode ser visto nos dias atuais na prática de enfermagem em termos da monitorização do estado nutricional do cliente e das precauções padrões subseqüentes.
Os enfermeiros desenvolveram varias teorias que proporcionam diferentes explanações para a disciplina enfermagem.

Todas as teorias compartilham quatro conceitos centrais: pessoa, ambiente, saúde e enfermagem.

Pessoa - refere-se a todos os seres humanos. As pessoas são receptoras no cuidados de enfermagem, elas incluem indivíduos, família, comunidade e grupo.

Ambiente – incluem fatores que afetam indivíduos interna e externamente. Significa principalmente o cenário onde os cuidados de saúde são prestados.

Saúde – geralmente refere-se ao estado de bem estar da pessoa.

Enfermagem – é conceito central para todas as teorias de enfermagem. As definições de enfermagem descrevem o que a enfermagem é o que os enfermeiros fazem e como os mesmos interagem com os clientes.

PRINCIPAIS TEORIAS

Ano 1860 TEORIA O QUE É O QUE NÃO.
Teórica Florence Nightingale . Notas sobre enfermagem

Propósito: Ajudar as pessoas responsáveis pelo cuidado do cliente a “ pensar como a enfermeira” a teoria aborda as necessidades fundamentais do doente o principio básico do bom cuidado de saúde.

Tópicos dos componentes:

Pessoa – um indíviduo com processos reparativos vitais para lidar com a doença.

Ambiente – condição externa que afetam a vida e desenvolvimento do individuo. O foco é na ventilação, luz, aquecimento e nos odores.

Saúde – o foco é no processo reparativos da saúde

Enfermagem – a meta é posicionar o paciente na melhor condição para um bom cuidado de saúde.

1952 TEORIAS INTERPESSOAIS EM ENFERMAGEM.
Teórica: Hildegard. E. Peplau



Propósito: desenvolver uma interação interpessoal entre o cliente e a enfermagem.

Tópicos dos componentes:

Pessoa: um organismo que luta para reduzir a tensão gerada pelas necessidades.

Ambiente: implicitamente definido; o processo interpessoal está sempre incluído, e o meio psicodinâmico recebe atenção, com ênfase na cultura e nos hábitos de comportamento do cliente.

Saúde: processo humano contínuo que implica movimento progressivo da personalidade e outros processos humanos contínuo na direção de um viver pessoal e comunitário criativo, construtivo e produtivo.

Enfermagem: processo terapêutico interpessoal que “funciona cooperativamente com outros processos humanos que tornam a saúde possível para aos indivíduos nas comunidades.”.



1955 TEORIA: A NATUREZA DA ENFERMAGEM
Teórica: Virginia Henderson



Propósito: ajudar ao cliente a obter independência tão rapidamente quanto possível.

Tópicos dos componentes:

Pessoa: individuo que necessita de assistência para obter a saúde e a independência ou uma morte tranqüila. A mente e o corpo são inseparáveis.

Ambiente: todas as condições externas e influencias que afetam a vida e o desenvolvimento.

Saúde: equalizada com a independência, vista em termos da habilidade do cliente em realizar os 14 componentes de enfermagem sem ajuda: respiração, alimentação, hidratação, manutenção do conforto, sono, repouso, vestimenta, manutenção da temperatura corporal, garantia da segurança, comunicação, valoração, trabalho, recreação e desenvolvimento continuado.

Enfermagem: ajuda e apóia o individuo nas atividades da vida e na obtenção
da independência.

1960 TEORIA: ABORDAGEM DA ENFERMAGEM CENTRADA NO PACIENTE
Teórica: Faye Glenn Abdellah


Propósito: Prestar cuidado de enfermagem ao individuo como um todo.

Tópicos dos componentes:

Pessoa – A receptora dos cuidados de enfermagem que tem necessidades físicas, emocionais e sociológicas que podem estar explicitas ou encobertas.

Ambiente – Não está claramente definido. Alguma discussão indica que osclientes interagem com o ambiente deles, do qual a enfermagem é parte.

Saúde – implicitamente definida como um estado quando o individuo não possui necessidades desatendidas ou comprometimentos previsíveis ou reais.

Enfermagem – Agrupada amplamente em “21 problemas de enfermagem“ os quais giram em torno das necessidades de higiene, conforto, atividade, repouso, segurança, oxigênio, nutrição, eliminação, hidratação, promoção da saúde física e emocional. Relacionamento inter-pessoais, e desenvolvimento da autoconsciência. O cuidado de enfermagem é realizar em alguma coisa para um individuo.

1964 TEORIA: ENFERMAGEM CLINICA-A ARTE DA AJUDA
Teórica: Ernestine Wiedenbach


Propósito: Ajudar aos indivíduos na superação dos obstáculos que impedem o atendimento das necessidades de cuidado de saúde.

Tópicos dos componentes:

Pessoa: qualquer individuo que está recebendo ajuda (cuidado, orientações, instruções ) de um membro da profissão de saúde ou de um trabalhador do campo da saúde.

Ambiente: Não abordado especificamente.

Saúde: Conceito de enfermagem, cliente e necessidade de ajuda e suas relações implicam aspectos relacionados à saúde no relacionamento enfermeira cliente ( Marriner- Tomey & Alligood, 1998 ).

Enfermagem: O enfermeiro é um ser humano funcional que age, pensa, e sente. Todas as ações, pensamentos e sentimentos estão subjacentes ao que o enfermeiro faz.


1980 TEORIA: O SISTEMA COMPORTAMENTAL COMO MODELO PARA A ENFERMAGEM
Teórica: Dorothy E. Johnson


Propósito: Reduzir o estresse, de modo que o cliente possa se recuperar o mais rapidamente possível.

Tópicos dos componentes:

Pessoa: Um sistema de partes interdependentes com formas de comportamentos padronizadas, repetitivas e propositivas.

Ambiente: Todas as forças que afetam a pessoa e que influenciam o sistema de comportamento.

Saúde: Enfoque sobre a pessoa, não sobre a doença. A saúde é um estado dinâmico influenciado por fatores, biológicos, psicológicos e sociais.

Enfermagem: Promoção do sistema comportamental, do equilíbrio e da estabilidade. Uma arte e uma ciência que presta ajudam externa antes e durante os distúrbios do sistema de equilíbrio.

TEORIA HOMEOSTÁTICA

Em 1961, Wanda McDowell apresentou o relacionamento entre enfermagem e homeostasia, concebendo, em conseqüência, um sintoma para a administração do cuidado do paciente.

De acordo com esta teoria, o paciente comunica continuamente informações sobre ele e suas condições. A enfermagem colhe estas informações por meio de sua observação e capacidade de comunicação.

Assim, ela funciona como um monitor. Contudo, há três níveis de atuação deste monitor, cada um refletindo um grau diferente de complexidade e combinação de papéis.
Uma vez que a enfermeira tenha informações sobre o seu paciente, ela pode proceder de várias maneiras em relação a estas mesmas informações:

1º. Pode simplesmente passar a informação verbalmente ou por escrito;

2º. Pode ir mais além e comparar a informação que obteve do paciente (isto é, sua condição atual) com o ideal ou estado ótimo para ele. E assim ele procura
estabelecer a divergência entre o normal e o patológico.

3º. Pode ir adiante e chegar a reconhecer a discrepância entre o estado atual do paciente e o normal, e inicia uma ação para diminuir ou atuar na diferença entre o estado atual e o desejado.

EXEMPLO:

O enfermeiro verifica a pressão de um paciente e encontra 100mmHg/60mmHg. Se ele atuar no 1º nível, ele somente anota na papeleta do paciente e talvez informe ao seu superior sobre essa pressão.

Contudo, ele pode verificar que, na admissão, este paciente tinha uma pressão de 150mmHg/100mmHg; recordando seus conhecimentos sobre pressão arterial para um paciente com a idade e a condição daquele em estudo, pode verificar e comparar a pressão obtida no momento com a anterior.

Ele então reconhece a discrepância entre os dados e comunica a anormalidade ao médico. Dessa maneira, está atuando no 2º nível, onde ele é não só monitor da informação, mas comparador de um sistema;

se além de simples anotação ele também faz com que o paciente permaneça no leito, coloca suas pernas a nível mais elevado e continua verificando a sua pressão a cada 15 minutos, ele atuará à altura do 3º nível, um verdadeiro nível profissional de enfermagem. Ele aqui estará funcionando tanto como monitor como comparador e regulador das condições do paciente.

TEORIA HOLÍSTICA



Em 1967 apareceram os primeiros trabalhos de Myra E. Levine, onde ela desenvolve a teoria holística de enfermagem. Em linhas gerais, a autora vê o homem como um “todo” dinâmico, em constante interação com o ambiente dinâmico.

Ela explica os sistemas de resposta do homem ao meio ambiente e considera a enfermagem uma conservadora das energias do paciente, pela avaliação daquelas respostas, atuando de maneira a alterar o ambiente. Situa o enfermeiro como uma extensão de sistema percentual do ser humano, quando nele houver uma lesão.


ADAPTAÇÃO DO HOMEM A 4 NÍVEIS DE RESPOSTA DO ORGANISMO, fisiologicamente determinadas para permitir que o homem viva com seu ambiente interno e externo.

Resposta ao medo = é instantânea; é o preparo do organismo para a luta, seja o inimigo conhecido ou desconhecido.

Resposta inflamatória = é uma concentração de energia sistematizada para excluir ou remover um material estranho ao organismo, seja este irritante ou patogênico.

Resposta ao “stress” = é uma resposta a longo prazo. É orgânica, caracterizada por alterações e manifestada por uma síndrome que consiste de mudanças induzidas não-especificas dentro de um sistema biológico.

Resposta sensorial = nós percebemos o mundo pelos 5 sentidos.

EXEMPLO:
O andar é uma integração de todo o organismo no equilíbrio gravitacional, por meio de sistemas de alavancas, metabolismos, etc. Esta integridade é conseguida pela adaptação do homem a 4 níveis de resposta do organismo, fisiologicamente determinadas para permitir que o homem viva com seu ambiente interno e externo.

TEORIA DE IMOGENES KING


King apresentou em 1968 os conceitos básicos de sua teoria, que objetiva estabelecer uma relação interpessoal, intergrupal e social para alcançar os objetivos de saúde ou ajustamento aos problemas de saúde do indivíduo (GEORGE, 2000).

Para King a Enfermagem é um processo de ação, reação, interação e transação entre indivíduos e grupos num sistema social (SANTOS, 1985).

A percepção é um conceito fundamental neste processo, levando às interações Enfermeiro/cliente/médico, sendo função específica do Enfermeiro assistir os indivíduos com problemas de saúde ou ajusta-los nas interferências em seus estados de saúde (GEORGE, 2000)

TEORIA SINERGÍSTICA

Dagmar E. Brodt apresentou sua teoria em 1969. A confortante mistura de conhecimentos e habilidades que protegem um paciente de sua fraqueza e mobilizam suas forças para a recuperação são os resultados das ações sinergísticas da enfermagem.

Ela determinou em sua teoria 6 dimensões da ação de enfermagem:

1ª. A prevenção das defesas do corpo;

2ª. A prevenção de complicações;

3ª. O restabelecimento do relacionamento do paciente com o mundo exterior.

4ª. A detecção de mudanças no sistema regulador do organismo.

5ª. A implementação da terapêutica prescrita pelo medico e outras atividades do diagnóstico.

6ª. A provisão de confortos.

EXEMPLO:
Dar liquido com freqüência ao paciente para evitar náuseas e desidratação, mais a manutenção de um ambiente adequado para repouso, e diminuir a apreensão com a presença do enfermeiro, são eficientes no cuidado a determinado problema, porem, se somente forem dados líquidos para beber, o cuidado será insuficiente, porque o paciente continuará com náuseas e não poderá descansar.


CONNANT descreveu a complexidade da prática da enfermagem e o conhecimento que requer para uma execução.Esta complexidade é maior ainda quando elementos do processo de enfermagem estão superpostos ao resultado sinergístico da ação de enfermagem.

Elementos do ciclo do processo de enfermagem

- Avaliação das respostas do paciente a sua doença em termos de conhecimento científico de todos os campos relevantes da ciência.

- Planejamento de métodos dinâmicos de ação para atender a estas respostas, isto inclui ações autônomos de enfermagem, bem como ações prescritas pelo médico.

- Implementação de planos dinâmicos inter-relacionados e simultâneos. O levantamento das respostas dos pacientes para as ações prévias de enfermagem.

- Continuidade do processo visando ao bem estar do paciente e um ciclo para a sua recuperação.


TEORIA DA ADAPTAÇÃO


Foi publicada em 1970 por Sister Callista Roy. Esta teoria tem por fundamento: o homem é o recipiente do cuidado de enfermagem; do nascimento à morte ele passa pou um continuum saúde-doença, ele interage com o ambiente em mudança continua, o que exige adaptação do homem agindo no continuum saúde-doença.

A adaptação compreende todas as formas conscientes e inconscientes de ajustamento às condições do ambiente (passado, presente e futuro) que o homem confronta.
As respostas dos indivíduos são resultantes do estimulo que o individuo confronta, imediatamente.

Os estímulos são de três tipos:

1.Estimulo focal – relacionado com as necessidades básicas

2.Estimulo contextual – relacionado com o ambiente

3.Estimulo residual – relacionado com as funções de cada individuo, ou seja, inclui os padrões do paciente e seus mecanismos de como enfrentar situações novas.


EXEMPLO:
Quando um estimulo provocador é dor, a enfermeira pode baixar a intensidade do estimulo, que é um estimulo focal, através da administração de um analgésico, facilitando a adaptação.

Quando o estimulo provocador é um tratamento doloroso e indesejável, a enfermeira pode facilitar o nível de adaptação do paciente pela mudança do estimulo contextual, isto é, da situação, dando instruções ou informações ao paciente, encorajando-o a participar do tratamento de alguma forma.

Quando, o estimulo provocador é o repouso por longo período, a enfermeira pode facilitar o nível de adaptação pela mudança de estimulo residual, isto é, os fatores de atitude, tais como providenciar que o paciente tenha oportunidade de se tornar independente de alguma maneira.


TEORIA DE MARTHA ROGERS



É uma teoria de nível III, dedutiva (parte do geral para o particular), substantiva (usa modelos de abrangência universal) e preditiva (descreve, especifica e prediz o fenômeno). Utiliza a linguagem geral, cientifica e simbólica.

Rogers acreditava que o conhecimento do passado constitui um fundamento necessário para a compreensão atual da enfermagem e para a evolução das teorias e princípios que devem orientar a prática da enfermagem.

A sua teoria apresenta conceitos sobre o homem, sobre a enfermagem como ciência e como prática, apresenta postulados para fundamentar o sistema teórico (conceitual) de enfermagem, aborda o desenvolvimento de um esboço para um sistema abstrato da enfermagem. Sendo o ente de sua teoria o homem como um todo (biológico, psicológico, sócio-cultural e espiritual).

Os pressupostos que dão suporte à estrutura conceitual de Rogers sobre o ser humano são:
1º “O homem é um todo unificado, possuindo sua própria integridade e manifestando características que são mais do que diferentes da soma de suas partes”;
2º “Homem e ambiente estão continuamente trocando matéria e energia um como outro”;
3º “O processo da vida evolui irreversivel e unidirecional ao longo do continuo tempo-espaço”;

4º “Padrões e organização identificam o homem e refletem sua unidade inovadora”;
5º “O homem: perceptível, ser presente”;
6º “O homem é caracterizado pela capacidade de abstração e imaginação, linguagem e pensamento, sensação e emoção”.

ENFERMAGEM
É uma ciência e uma arte. A ciência da enfermagem deseja proporcionar um corpo de conhecimentos abstratos, resultantes de pesquisas cientificas e análises lógicas, desejando ser capaz de transferir esses conhecimentos para a prática.

Nesta ciência empírica o propósito é descrever e explicar o fenômeno central de seu interesse (o homem, individuo ou grupo), cabendo à enfermagem desenvolver atividades para a manutenção e promoção da saúde, bem como para a prevenção de doenças, sendo de sua responsabilidade o diagnóstico e a intervenção de enfermagem.

Seu objetivo é assistir as pessoas para atingirem seu potencial máximo de saúde. A prática da enfermagem procura promover a interação sincrônica entre o homem e o ambiente. A enfermagem está se dirigindo a uma nova era: a do preenchimento das necessidades humanas.

ENFERMEIRO
E um agente de mudanças: através das atividades da enfermagem ela visa encontrar relações entre o homem e o ambiente, no processo vital. Visa incorporar novos conhecimentos e processo instrucional para encontrar uma maneira de ação. O enfermeiro de amanhã será diferente do de hoje, e o de hoje é diferente do de anos passados.

Os novos horizontes da enfermagem exigem do profissional responsabilidade de elaboração das bases cientificas desta ciência em desenvolvimento. O enfermeiro deve estar motivado para acompanhar os conhecimentos e para aplicá-los, bem como para realizar investigações e pesquisas.

TEORIA DO AUTO-CUIDADO (DOROTHEA E. OREM)


A teoria de Orem tem como premissa básica, a crença de que o ser humano tem habilidades próprias para promover o cuidado de si mesmo, e que pode se beneficiar com o cuidado da equipe de enfermagem quando apresentar incapacidade de realizar as atividades ocasionado pela falta de saúde.

É constituída por três teorias: 1) teoria de autocuidado; 2) teoria do déficit de autocuidado; 3) teoria do sistema de enfermagem.

1) Teoria de autocuidado possibilidade de prevenção dos fatores de risco para doenças através de ações de saúde. Essas ações de saúde são atividades executadas por indivíduos, os quais são orientados pelo enfermeiro em seu próprio beneficio para manutenção da vida, saúde e bem estar.

2) Teoria do déficit de autocuidado quando a enfermagem passa a ser uma exigência a partir das necessidades de um adulto, e quando o mesmo acha-se incapacitado ou limitado para prover autocuidado contínuo e eficaz. São cinco os métodos de ajuda:

agir ou fazer para o outro;

guiar o outro;

apoiar o outro (físico ou psicologicamente);

proporcionar um ambiente que promova o desenvolvimento pessoal, quando a tornar-se capaz de satisfazer demandas futuras ou atuais de ação;

ensinar o outro.

3) Teoria do sistema de enfermagem descreve as responsabilidades de enfermagem, os papeis da enfermeira e do paciente, os fundamentos racionais para o relacionamento enfermeira-paciente e os tipos de ações necessárias para dar conta das necessidades do paciente. São três as classificações de sistemas:

Sistema de enfermagem totalmente compensatório – o individuo é incapaz de empenhar-se nas ações de autocuidado. O enfermeiro, através de suas ações, vai atuar na ação limitada do paciente conseguindo o autocuidado do mesmo, compensando sua incapacidade para a atividade de autocuidado através do apoio e da proteção ao paciente.

Sistema de enfermagem parcialmente compensatório – representado por uma situação em que, tanto o enfermeiro, quando o paciente, executam medidas ou outras ações de cuidado que envolvem tarefas de manipulação ou de locomoção.

Através de sua ação, o enfermeiro efetiva algumas medidas de autocuidado pelo paciente, compensa suas limitações de autocuidado atendendo o paciente conforme o exigido.

Sistema de enfermagem de apoio-educação - o individuo consegue executar, ou pode e deve aprender a executar medidas de autocuidado terapêutico, regula o exercício e desenvolvimento de suas atividades de autocuidado, e o enfermeiro vai promover esse individuo a um agente capaz de se auto-cuidar.


O processo de enfermagem proposto por Orem compreende três passos:

Passo 1 – fase de diagnóstico e prescrição, que determina as necessidades ou não de cuidados de enfermagem. Coleta de dados.

Passo 2 – é a fase do planejamento dos sistemas de enfermagem, como do planejamento da execução dos atos do enfermeiro. O enfermeiro cria um sistema que seja totalmente compensatório ou de apoio-educação.

Passo 3 – inclui a evolução, onde, juntos, paciente e enfermeiro, realizam a avaliação. A evolução é um processo contínuo, e é fundamental que o enfermeiro e o paciente avaliem quaisquer modificações nos dados que afetariam o déficit de autocuidado, o agente de autocuidado e o sistema de enfermagem.


Para Orem o homem é uma “unidade funcionando biológica, simbológica e socialmente”. O funcionamento do homem está ligado ao seu ambiente e juntos, homem e ambiente, formam um todo integrado funcional ou sistema (SANTOS, 1985).

A condição que, justifica a existência da Enfermagem para o indivíduo adulto é a ausência da capacidade de manter continuamente aquela quantidade e qualidade de auto-cuidado que é terapêutico na manutenção da vida e saúde, na recuperação após a doença ou dano, ou na maneira de enfrentar seus efeitos (FOSTER, BENNETT, 2000).

A condição da existência de Enfermagem para a criança é a inabilidade dos pais e responsáveis, em manter continuamente para a criança aquela quantidade e qualidade de cuidado que é terapêutica (FOSTER, BENNETT, 2000).


TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS


Esta teoria desenvolvida por WANDA DE AGUIAR HORTA, tem como espelho a teoria da motivação humana de MASLOW, que fundamenta nas necessidades humanas básicas.

A teoria se apóia e engloba leis gerais que regem os fenômenos universais tais como:

A lei do equilíbrio (homeostase ou homeodinâmica): todo o universo se mantém por processos de equilíbrio dinâmico entre os seres vivos.

A lei da adaptação: todos os seres do universo interagem com o seu meio externo buscando sempre formas de ajustamento para se manterem em equilíbrio;

A lei do holismo: o universo é um todo, o ser humano é um todo a célula é um todo esse todo não é mera soma das partes constituintes de cada ser.

O ser humano é parte integrante do universo dinâmico e, como tal sujeito a todas as leis que o regem no tempo e no espaço. (HORTA, 1979).
A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço. (SANTOS, 1985).
O conhecimento do ser humano a respeito do atendimento de suas necessidades é limitado por seu próprio saber, exigindo por isto, o auxílio de profissional habilitado. (SANTOS 1985).

Para HORTA, “a Enfermagem como parte integrante da equipe de saúde: Implementa estados de equilíbrio; Previne estados de desequilíbrio e reverte desequilíbrios em equilíbrio pela assistência ao ser humano no atendimento de suas necessidades básicas e Procura sempre reconduzi-lo à situação de equilíbrio dinâmico no tempo e espaço” (HORTA, 1979).

A enfermagem é um serviço prestado ao ser humano

O ser humano é parte integrante do universo dinâmico e como tal sujeito a todas as leis que regem, no tempo e no espaço O ser humano está em constante interação com o universo, dando e recebendo energia;

A dinâmica do universo provoca mudanças que o leva a estudos de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço;
O ser humano por suas características é também agente de mudanças.

A enfermagem é parte integrante da equipe de saúde

Como parte integrante da equipe de saúde a enfermagem mantém o equilíbrio dinâmico previne desequilíbrios e reverte desequilíbrios em equilíbrio do ser humano, no tempo.

O ser humano tem necessidades básicas que precisam ser atendidas para seu completo bem estar.

O conhecimento do ser humano a respeito do atendimento de suas necessidades é limitado por seu próprio saber, exigindo, por isto, o auxilio de profissional habilitado.

Em estados de desequilíbrio esta assistência se faz mais necessária.
Todos os conhecimentos e técnicas acumuladas sobre a enfermagem dizem respeito ao cuidado do ser humano, isto é como atende-lo em suas necessidades básicas.

Desta teoria decorrem conceitos, proposições e princípios que fundamentam a ciência de enfermagem.

O 1º conceito que se impõe é o de enfermagem: Enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas. De torná-lo independente desta assistência, quando possível, pelo ensino do auto-cuidado, de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais.

Assistir em enfermagem é: fazer pelo ser humano aquilo que não pode fazer por si mesmo;
Ajudar ou auxiliar: quando parcialmente impossibilitado de se auto-cuidar;

Orientar ou ensinar: supervisionar e encaminhar a outros profissionais.

As funções do enfermeiro podem ser consideradas em três ou campos de ação distintos.

Área especifica: assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas e torna-lo independente desta assistência, quando, pelo ensino do auto-cuidado.
Áreas de interdependência ou de colaboração: a sua atividade na equipe de saúde nos aspectos de manutenção.

Área social: dentro de sua atuação como um profissional a serviço da sociedade: função de pesquisa, ensino, administração, responsabilidade legal de participação na associação de classe.

Segundo MASLOW, o homem é motivado por necessidades organizadas numa hierarquia de relativa prepotência. Isto quer significar que uma necessidade de ordem superior surge somente quando a de ordem inferior foi relativamente satisfeita. Cada um tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização.



Maslow define um conjunto de cinco necessidades descritos na pirâmide.
• necessidades fisiológicas (básicas), tais como a fome, a sede, o sono, o sexo, a excreção, o abrigo;

• necessidades de segurança, que vão da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida;

• necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube;

• necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos;

• necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser: "What humans can be, they must be: they must be true to their own nature!".

É neste último patamar da pirâmide que Maslow considera que a pessoa tem que ser coerente com aquilo que é na realidade " temos de ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolver os nossos potenciais".


web sites

urrent Nursing. (n.d.). Nursing theories: Levine’s four conservation principles. Retrieved from http://currentnursing.com/nursing_theory/Levin_four_conservation_principles.htm on July 2009.
http://nursingtheories.blogspot.com/2009/07/martha-rogers.html
www.google.com.br